Foi realizada a 43ª edição da Feira de Trocas Solidárias da Rede Prosol, no dia 30 de maio de 2009 na sede do CECCO Santo Amaro com um saldo muito positivo para a disseminação e a prática de uma economia baseada na solidariedade, na democracia a na auto-gestão.Sendo as Feiras de Trocas realizadas pela ITCP-FGV um Mercado Escola, é mais uma oportunidade de contribuir com grupos que não tem espaço no mercado convencional para produzir e comercializar sua produção, as Feiras de Trocas apoiam esses empreendimentos formados por pessoas ligadas ao Centro de apoio CECCO Santo Amaro, e também grupos que fazem parte das outras redes que são apoiadas pela ITCP-FGV como a Rede do Centro e a Rede do Jabaquara. Com a união dos empreendimentos formamos as feiras que proporcionam momentos de integração, educação sócio-economica, capacitação e um impulso na vida para o auto-emprego e a auto-gestão.
Cerca de 10 empreendimentos da economia solidária participaram desta 43ª edição da Feira de Trocas da Rede Prosol. Nas Feiras são criadas oportunidades para que o empreendimento possa se relacionar com o público, entender melhor a dinâmica do comércio, escoar sua produção e ter a segurança de fazer parte de um grande aprendizado, visando adquirir experiência suficiente para entrar no comércio aberto com dignidade e respeito. Além de proporcionar as trocas de produtos e saberes que em particularidade tornam as Feiras um lugar de diversão, arte e união.
Durante todo o Sábado, 90 pessoas de diversos Empreendimentos da Economia Solidária, atendidos pelo CECCO e comunidade local, movimentos Sociais, ONGs, artistas, universitários e voluntários trocaram seus produtos, serviços, saberes, experiências, afetos e amizade, fortalecendo os elos e laços de união cultivando os princípios e valores da solidariedade!!! Mais uma vez a Economia Solidária afirmou ser uma proposta de mercado diferente, tendo como principal objetivo a valorização do ser humano.
Falando com o empreendimento
Nesta edição do boletim informativo das feiras de trocas da Rede Prosol, conversamos um pouco com o empreendimento MSM Confecção e Comércio.
Sheila Rodrigues da Silva, de 22 anos, é uma das integrantes do grupo e frequenta a feira realizada no CECCO Santo Amaro há 2 anos, desde que o grupo mSM começou seus trabalhos. Sheila comenta que as feiras são boas para interagir com as pessoas e que pelo fato de não buscarem lucro, torna o ambiente mais saudável, podendo expor o que produz. “ A moeda social dá oportunidade para todos participarem da feira, é muito bom se sentir incluído”.
Voluntária do CECCO retorna às feiras depois de 4 anos
Dona Consuelo Sanchez de 74 anos, é voluntária do CECCO Santo Amaro há quase 6 anos. Ela conduz uma prática de Lian Gong, uma atividade da cultura tradicional chinesa que proporciona, através do movimento do corpo, uma mente calma e rejuvenescida.
Dona Consuelo esteve nas primeiras feiras solidária no CECCO santo Amaro, mas deixou de frequentar pois não tinha gostado da dinâmica e da organização da mesma. Depois de alguns anos, voltou a frequentar as feiras e pôde ver uma melhora significativa que a fez tomar gosto novamente pelas feiras. “Eu achei a feira maravilhosa, muito bem estruturada, bons produtos, boa organização e com pessoas muito educadas e dedicadas à atividade”.
Um olhar social sobre as feiras
Sempre presente nas feiras organizadas pela ITCP-FGV, Carlos Henrique de Castro representante do Clube de Trocas de São Paulo fala um pouco sobre a reflexão social que essas feiras proporcionam aos frequentadores e visitantes.
É um espaço onde as pessoas trocam entre si produtos, serviços e saberes, de uma forma ssolidária, promovendo a auto- ajuda, num sistema alternativo, que respeita as normas éticas e ecológicas, contribuindo, também, para melhorar a qualidade de vida de todos os membros. Nessas feiras, temos a oportunidade de ampliar as relações das pessoas umas com as outras, visto que é nas relações humanas que estão contidas as melhores formas de se estabelecer um ambiente de paz e harmonia. Com esses espaços, as pessoas estão aprendendo a se relacionar de uma forma solidária, re-construindo o tecido social em um ambiente familiar. Muitas pessoas chegam aqui tímidas, não sabem como se relacionar, por consequências de um mundo selvagem onde poucos conseguem ser quem são. Nas feiras elas têm a chance de trabalhar esses bloqueios e a cada feira realizada as pessoas podem se sentir mais soltas e livres para se relacionar, recuperando o potencial produtor/consumidor perdido no processo de exclusão social. Esta é uma oportunidade de inclusão social, as pessoas que frequentam as feiras participam de algo coletivo, são peças fundamentais do jogo, , aqui elas são cidadãs e isso as torna essenciais, aumentando a auto-estima e a alegria de viver. O calor humano, o contato com outras pessoas, a participação e a oportunidade criada é um micro exemplo do que se pode fazer em nossa sociedade cada vez mais egoísta e segmentada. Além das questões sociais citadas acima, as feiras promovem gradualmente a geração de micro-empreendimentos solidários, contribuindo para a diminuição do desemprego em nosso país.
Alimentos não perecíveis são comercializados
com moedas sociais
Com o apoio das instituições Cáritas São Judas Tadeu e Interkáritas Paróquia São Pancrácio, as feiras de trocas da Rede Prosol realizadas no CECCO Santo Amaro oferecem alimentos não perecíveis como feijão, arroz, óleo, açúcar, sal, macarrão, farinha e outros produtos para que seus frequentadores possam adquiri-los através do uso da moeda social. Nas feiras, os participantes trazem seus produtos para trocas e para comercialização em moedas sociais, com a venda e a troca desses produtos ele recebem as moedas sociais chamadas “talento “ e com essa moeda além de poderem participar da feira se alimentando, adquirindo roupas, objetos de decoração, sabonetes artesanais, e os mais variados produtos, eles também podem comprar alimentos não perecíveis para alimentar suas famílias. Essa é uma dentre outras formas que as feiras solidárias têm para ajudar as pessoas a terem uma vida mais digna, ensinando que todos têm a capacidade de trabalhar e conseguir seu próprio alimento. Prosperidade é um dos objetivos dessas feiras.
