quinta-feira, 2 de abril de 2009

BOLETIM INFORMATIVO MARÇO 2009

Com os trabalhos inciados desde agosto de 2005 a Feira de Trocas da Rede Prosol está na sua 41ª edição. Foi realizada no dia 28 de março de 2009 na sede do Centro de Convivência e Cooperativa de Santo Amaro (CECCO Santo Amaro), Equipamento da Secretaria Municipal de Saúde, com um saldo muito positivo para a disseminação e a prática de uma economia baseada na solidariedade, na democracia a na auto-gestão.
Sendo as Feiras de Trocas realizadas pela ITCP-FGV um Mercado Escola, é mais uma oportunidade de contribuir com grupos que não tem espaço no mercado atual para produzir e comercializar sua produção, as Feiras de Trocas apoiam esses empreendimentos formados por pessoas ligadas ao CECCO Santo Amaro, e também grupos que fazem parte das outras redes que são apoiadas pela ITCP-FGV como a Rede do Centro e a Rede do Jabaquara, assim formando uma Rede com essas 3 Redes, proporcionando momentos de integração, educação sócio-economica, capacitação e um impulso na vida para o auto-emprego e a auto-gestão.
Mais uma vez cerca de 10 empreendimentos da economia solidária tiveram a oportunidade de colocar em prática o que muitas pessoas só vêem nos livros. Nas Feiras são criadas oportunidades para que o empreendimento possa se relacionar com o público, entender melhor a dinâmica do comércio, escoar sua produção e ter a segurança de fazer parte de um grande aprendizado, visando adquirir experiência suficiente para entrar no comércio aberto com dignidade e respeito. Além de proporcionar as trocas de produtos e saberes que em particularidade torna as Feiras um lugar de diversão, arte e união.
Durante todo o Sábado, 160 pessoas de diversos Empreendimentos da Economia Solidária, atendidos pelo CECCO e comunidade local, movimentos Sociais, ONGs, artistas, universitários e voluntários trocaram seus produtos, serviços, saberes, experiências, afetos e amizade, fortalecendo os elos e laços de união cultivando os princípios e valores da solidariedade!!! Mais uma vez a Economia Solidária afirmou ser uma proposta de mercado diferente, tendo como principal objetivo a valorização do ser humano.

Como nasceu a Rede PROSOL

Os Empreendimentos de Economia Solidária da Rede PROSOL (Produção Solidária) são formados por pessoas com problemas de saúde mental em situação de vulnerabilidade social, atendidos pelo equipamento público municipal chamado Centro de Convivência e Cooperativa de Santo Amaro (CECCO Santo Amaro), serviço da Secretaria Municipal de Saúde pertencente à Coordenadoria Regional de Saúde Sul, mais específicamente à Supervisão Técnica de Saúde Santo Amaro/Cidade Ademar.
No primeiro semestre de 2007, foi iniciada uma formação básica em Economia Solidária, em parceria com a Cáritas e o CECCO Santo Amaro, para cerca de 60 lideranças comunitárias e representantes de equipamentos públicos locais de diversos distritos da Zona Sul de São Paulo. Este curso teve duração de quatro meses, com 15 encontros, e, ao final do processo, verificando-se o baixo índice de evasão e o alto nível de
interesse dos participantes, foi formada a Rede de Economia Solidária PROSOL. Essa rede envolve diretamente 50 pessoas e indiretamente (através do trabalho comunitário realizado pelas instituições) cerca de 25000, e tem como objetivo geral capacitar as lideranças como agentes locais de implantação e realização de atividades econômicas solidárias nas suas regiões, fortalecendo as atividades de fomento à geração de trabalho, visando contribuir na formulação de políticas públicas voltadas à criação de portas de saída ao atendimento assistencial.


O CECCO

Enquanto espaço de promoção da saúde, é também um lugar no qual as pessoas começam a viver em proximidade com o outro. Adaptando-se e habituando-se a condições de realidades subjetivas e objetivas, compartilhando do mesmo espaço, no qual se sintam possuidores de recursos tanto na execução de atividades de produção quanto na sua capacidade de relacionamento afetivo.

O CECCO e a Economia Solidária

Acreditam no compartilhar, numa troca onde por meio das relações, sejam elas de trabalho ou não, se busque a essência da igualdade respeitando as diferenças que dão sentido as nossas vidas. Acabam se tornando um espaço aberto onde o pré – requisito para participar é o desejo pessoal, isto é, a vontade de querer mudar e sair da situação que de alguma forma o exclui. Tendo como pressuposto básico formar e fomentar grupos de geração de renda, promovendo o desenvolvimento local.

Atividade Cultural

Sempre com o intuíto de entreter os frequentadores das Feiras de Trocas, bem como buscar através da arte e da cultura uma nova forma de educação, é que os técnicos da ITCP-FGV se preocupam em proporcionar esses momentos lúdicos e alegres nas Feiras de Trocas.
Na edição desta Feira, realizada no CECCO Santo Amaro, não foi muito diferente. A Atriz, permacultora e contadora de histórias, Adriana Fortes, compareceu a Feira para contar umas de suas histórias. Adriana explica que por serem histórias de tradições populares, estas trazem muita sabedoria de gerações passadas, tornando muito importante retomar essas histórias nos dias de hoje. Antigamente os ensinamentos eram passados de geração em geração através de histórias e isso foi se perdendo. Recuperar essa parte da nossa história de uma forma lúdica, traz de volta para os grupos a oportunidade de trabalhar a imaginação, entretenimento e diversão.
Também como parte das nossas atividades culturais, foi exibido um vídeo para os participantes, mostrando um pouco mais sobre os clubes de trocas já existentes no Brasil, com a intenção de incentivar e ensinar o que já é praticado por esse Brasil à fora.


Inclusão Social se faz na prática

Denilze Aparecida Dias, 42 anos, tem deficiência mental leve e é aluna da APAE. Ela foi levada por sua irmã Dayse ( lado esq. na foto ) para frequentar as Feiras realizadas no CECCO Santo Amaro.
Com a intenção de conhecer pessoas, fazer novas amizades e ser incluída dentro de um grupo que além de acolher, ensina para todos que apesar de algumas características especiais, somos todos iguais e precisamos nos relacionar.
Com a ajuda da irmã, Denilze consegue trocar seus produtos nas feiras, negocia valores, troca moedas e se alimenta, além de conversar com novos amigos e sentir que não é diferente de ninguém.
Sendo esse um dos exemplos de inclusão social, a Economia Solidária confirma e afirma ser um projeto social que vai além do significado da palavra Economia ( cuidar da casa ) e se extende também para o fator humano que implica o lado social, de saúde, bem estar e harmonia entre os seres humanos.

Falando com o empreendimento

Aproveitando as Feiras de Trocas para conhecer um pouco mais sobre os empreendimentos e as pessoas que neles trabalham, na edição desta feira conversamos com o grupo Mãos em Ação, composto por 5 mulheres moradoras do Bairro Nova América. Estavam presentes três das cinco mulheres, Quitéria Duques de 48 anos, Genoveva Sabino de 57 anos e Maria Silva de 49 anos.
O grupo começou seus trabalhos há 4 anos, no bairro Nova América, na cidade de São Paulo, fazendo parte de um grupo de terapias ocupacionais. Essas mulheres começaram a se interessar mais e mais pelas atividades do grupo, que já no início fabricavam bolsas, lençol, bonecas, tapetes e roupas de bebê. Com o passar do tempo o grupo de terapias foi perdendo força, mas essas mulheres não e então foi formado o grupo Mãos em Ação.
Com o apoio do grupo da Cáritas, essas mulheres chegaram até as Feiras de Trocas Solidárias e hoje são um dos empreendimentos da Rede Prosol.
“ Além de ser criativa e alegre, trabalhar nas Feiras de Trocas é uma oportunidade que eu tenho para sair de casa e ir atrás de novas experiências”. ( Maria Silva )
“ Eu acho muito bom ter um lugar para vender os produtos e conhecer outras pessoas, me ajuda muito “. ( Quitéria Duques )

Novas oportunidades

Janete Pereira Gonçalves, moradora do município de Embu das Artes, acompanhada de sua mãe Dona Irene e seu filho, Felipe, visitou pela primeira vez uma feira de trocas e já na sua primeira experiência se interessou em levar essa metodologia para seu município, buscando alternativas de geração de renda e espaços para trocas de saberes e relacionamentos. Janete foi convidada para participar de mais algumas feiras realizadas pela ITCP-FGV para aprender um pouco mais e terá a oportunidade de entender algumas metodologias para que ela possa realizar esse tipo de feira no município de Embú das Artes.
A Economia Solidária é uma economia acessível à todos e desperta a vontade de realizar. Com isso novos talentos são revelados e o ser humano tem mais oportunidades de interagir com o todo.
Expediente

O Boletim Informativo da Feira de Trocas da Rede Prosol é uma publicação da ITCP-FGV.
Contato:
itcpfgv@itcpfgv.org.br
Coordenadora: Maria Irene Gerassi ( CECCO )
Educador responsável: José Luis Araújo ( ITCP-FGV )
Consultor Técnico: Felipe Bannitz ( ITCP-FGV )
Produção: Equipe de comunicação ITCP-FGV
Colaboração: Lolita Sala e Heloísa Primavera
PARTICIPE DA PRÓXIMA FEIRA DE TROCAS SOLIDÁRIAS DA REDE PROSOL
SÁBADO, DIA 25 DE ABRIL DE 2009, DAS 11h ÀS 14h Clube Escola Jorge BruderRua Padre José Maria, 555 ao lado do Term. Sto. Amaro
Todo último Sábado do mês
Conheça o trabalho da ITCP-FGV, acesse: http://www.itcpfgv.org.br/

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